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terça-feira, 14 de maio de 2013

Arte Naif - Lindas obras!

                                                                Arte Naïf  

Autora: Thais Ibanez
Outros Nomes
Arte ingênua
Definição
O termo arte naïf aparece no vocabulário artístico, em geral, como sinônimo de arte ingênua, original e/ou instintiva, produzida por autodidatas que não têm formação culta no campo das artes. Nesse sentido, a expressão se confunde freqüentemente com arte popular, arte primitiva e art brüt, por tentar descrever modos expressivos autênticos, originários da subjetividade e da imaginação criadora de pessoas estranhas à tradição e ao sistema artístico. A pintura naïf se caracteriza pela ausência das técnicas usuais de representação (uso científico da perspectiva, formas convencionais de composição e de utilização das cores) e pela visão ingênua do mundo. As cores brilhantes e alegres - fora dos padrões usuais -, a simplificação dos elementos decorativos, o gosto pela descrição minuciosa, a visão idealizada da natureza e a presença de elementos do universo onírico são alguns dos traços considerados típicos dessa modalidade artística.
   Autora: Djanira Mota    Autor: Júlio Paraty
A história da pintura naïf liga-se ao Salon des Independents [Salão dos Independentes], de 1886, em Paris, com exibição de trabalhos de Henri Rousseau (1844 - 1910), conhecido como "Le Douanier", que se torna o mais célebre dos pintores naïfs. Com trajetória que passa por um período no Exército e um posto na Alfândega de Paris (1871-1893), de onde vem o apelido "Le Douanier" (funcionário da alfândega), Rousseau dedica-se à pintura como hobby. Pintor, à primeira vista, "ingênuo" e "inculto", pela falta de formação especializada, dos temas pueris e inocentes, é responsável por obras que mostram minuciosamente, de modo inédito, uma realidade ao mesmo tempo natural e fantasiosa, como em A Encantadora de Serpentes, 1907. Seu trabalho obtém reconhecimento imediato dos artistas de vanguarda do período - como Odilon Redon (1840 - 1916), Paul Gauguin (1848 - 1903), Robert Delaunay (1885 - 1941), Guillaume Apollinaire (1880 - 1918), Pablo Picasso (1881 - 1973), entre outros -, que vêem nele a expressão de um mundo exótico, símbolo do retorno às origens e das manifestações da vida psíquica livre e pura. Em 1928, o colecionador e teórico alemão Wilhelm Uhde (1874 - 1947) - um dos descobridores do artista - organiza a primeira exposição de arte naïf em Paris, reunindo obras de Rousseau, Luis Vivin (1861 - 1936), Séraphine de Senlis (1864 - 1942), André Bauchant (1837 - 1938) e Camille Bombois (1883 - 1910). Mais tarde, o Museu de Arte Moderna de Paris dedica uma de suas salas exclusivamente à produção naïf.
         
Autora: Rosangela Borges                       Autora: Valquíria Barros

No século XX, a arte naïf é reconhecida como uma modalidade artística específica e se desenvolve no mundo todo, sobretudo nos Estados Unidos, na ex-Iugoslávia e no Haiti. Em solo norte-americano, as inúmeras cenas da vida rural pintadas por Anna Mary Robertson (1860 - 1961) - conhecida como Vovó Moses - adquirem notoriedade quando a artista, autodidata, descoberta por um colecionador, completa 80 anos. Oriunda da tradição de retratistas amadores, a arte naïf norte-americana encontra expressão nas obras de J. Frost (1852 - 1929), H. Poppin (1888 - 1947) e J. Kane (1860 - 1934). Na Inglaterra, o nome de Alfred Wallis (1855 - 1942) associa-se a navios à vela e paisagens. Descoberto em 1928 pelos artistas ingleses Ben Nicholson (1894 - 1982) e Christopher Wood (1901 - 1930), Wallis pinta com base na memória e na imaginação, em geral com tinta de navio sobre pedaços irregulares de papelão e madeira. Na ex-Iugoslávia, a arte naïf faz escola, na qual se destaca, por exemplo, Ivan Generalic (1914 - 1992).
Soluções da arte naïf são incorporadas a diversas tendências da arte moderna, seja pelo simbolismo (em busca da essência mística das cores), seja pelo pós-impressionismo de Paul Gauguin, que vai para o Taiti em 1891, e faz pesquisas em direção à cultura plástica das chamadas sociedades primitivas, o que se revela no uso de cores vibrantes e na simplificação do desenho como em Ta Ma Tete - Mulheres Taitianas Sentadas num Banco, 1892, e Te Tamari no Atua - Natividade, 1896. Os trabalhos realizados sob a égide do Blauer Reiter (O Cavaleiro Azul) - grupo do qual participam August Macke (1887 - 1914) e Paul Klee (1879 - 1940) - e a obra de Wassili Kandinsky (1866 - 1944), em defesa da orientação espiritual da arte, também se beneficiam de sugestões da arte naïf.
  Autor: Nerival. Autora: Alice Masiero

Se em sua origem essa modalidade é definida como aquela realizada por amadores ou autodidatas, o processo de reconhecimento e legitimação obtidos nos circuitos artísticos leva a que muitos pintores, com formação erudita, façam uso de procedimentos caros aos naïfs. Além disso, a arte naïf desenha um circuito próprio e conta com museus e galerias especializados em todo o mundo. No Brasil, especificamente, uma série de artistas aparece diretamente ligada à pintura naïf, como Cardosinho (1861 - 1947), Luís Soares (1875 - 1948), Heitor dos Prazeres (1898 - 1966), José Antônio da Silva (1909 - 1996) e muitos outros. Entre eles, ganham maior notoriedade: Chico da Silva (1910 - 1985) - menção honrosa na 33ª Bienal de Veneza - e Djanira (1914 - 1979). Aluna do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, Djanira completa sua formação com aulas de Emeric Marcier (1916 - 1990) e Milton Dacosta (1915 - 1988), seus hóspedes na Pensão Mauá, no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Nos anos 1950, ela é artista consagrada e uma das lideranças do Salão Preto e Branco. A arte popular do Nordeste brasileiro - as xilogravuras que acompanham a literatura de cordel e as esculturas de Mestre Vitalino (1909 - 1963) - figura em algumas fontes como exemplos da arte naïf nacional.

 Fonte: http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=5357

sábado, 11 de maio de 2013

Conto: A vaidosa gralha (Autor: Carlúcio Oliveira Bicudo - Baseado na obra de Esopo - registro 34568 - livro 6 A)

                                                                                           

                              A vaidosa gralha.
                                                                 (Autor: Carlúcio Oliveira Bicudo - Baseado na obra de Esopo - registro 34568 - livro 6 A) 
                          Conta à história, que Zeus, o rei dos deuses da mitologia Grega, também conhecido como Júpiter, escolheria um rei para os pássaros.
                          O alvoroço tomou conta de todo o país. Ser escolhido por Zeus era motivo de orgulho para qualquer ser.
                          A notícia ecoou por toda a Grécia, informando que os candidatos deveriam comparecessem no dia seguinte em seu palácio, no Monte Olimpo. Para que diante do trono de Zeus, todos os pretendentes a rei dos pássaros, pudessem ouvir a regra da competição.
                          Os candidatos foram muitos. Vieram representantes de todos os lados. Inclusive dos mais remotos.
                          A sala do trono foi preparada com muita pompa. Cortinas aveludas em tom grená, despencavam do teto até o chão. Flores cobriam os jarros que enfileirados, formam uma passarela até o trono de ouro, que sobressaia na imensidão da sala, por sua beleza.
                          Era tanta beleza e ostentação, que os presentes ficavam boquiabertos, a espera de Zeus, que ainda não havia adentrado a sala.
                          Assim que os clarins começaram a tocar. Surgiu a imponente figura de Zeus. O rei dos reis.
                          Todos os presentes começaram a aplaudir e a saudá-lo dizendo:
                           ─ Salve o “rei divino!” Salve o “rei divino!”
                           Após um gesto de saudação com as mãos feito por Zeus, todos ali, permaneceram em um silêncio absurdo. Em seguida começou a falar.
                           Com sua voz potente, ele proferiu dizendo:
                           ─ Declaro aberta a competição para o Rei dos pássaros. Será agraciada com este título a ave mais bela dentre todas. Que estejam preparadas e bonitas amanhã de manhã. Quando escolherei o vencedor. E saiu da sala.
                          Vários pássaros começaram a sonhar com este título de “Rei dos pássaros”.
                          Muitos trataram de se embelezar da melhor forma que encontraram.
                          Alguns foram para a beira do rio, se banhar e alisar suas penas para o dia seguinte.
                          Lá estavam a cotovia, a coruja, o pavão, a gralha e muitos outros... Todos queriam o tão sonhado título.
                          A gralha, porém, queria muito ganhar, mas não acreditava que poderia ser escolhida. Afinal, suas penas eram horrorosas!
                          Mesmo assim, tratou de se arrumar caprichosamente. E pensou:
                          “Ah! Quero tanto ganhar este título! Tenho que dar um jeito, para ganhar está parada. Custe o que  custar.”
                           A gralha ficou ali, enrolando, enrolando e esperando que as outras aves partissem.
                           Depois que todas as aves já haviam partido. Muitas de suas penas ficaram caídas pelo chão. E a gralha, tratou de ir escolhendo as melhores e as mais bonitas e foi ajeitando entre suas penas. 
                           Ela olhou para o seu reflexo na água do rio e ficou vislumbrada com o maravilhoso resultado. Nenhum dos pássaros que ela tinha visto até então, estava tão bonita quanto ela. E novamente pensou:
                           O título de Rei dos pássaros será meu.”
                            No dia seguinte, todos, logo bem cedo, estavam diante do trono de Zeus.
                            Havia pássaros com plumagens vislumbrantes.
                          O rei dos deuses ficou maravilhado diante de tantos pássaros belos. E acabou ficando indeciso diante de tanta formosura.
                          Depois de tanto pensar, decidiu escolher a gralha para ser o novo rei dos pássaros.
                          Quando ele já ia pronunciar o vencedor, os outros pássaros perceberam que a gralha, estava na realidade usando as penas de várias delas. Irritadas, voaram em direção à gralha e arrancaram suas falsas penas. Fazendo com que o Zeus visse como realmente ela era.
                           Ele neste momento desistiu de proclamar o rei dos pássaros.


                           Moral da história: Não devemos julgar, pela aparência, mas sim pelo seu caráter interior.